quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Joaquim Paulo edita livros "Jazz Covers" (2008) e "Funk & Soul Covers" (2010) pela Taschen


A editora alemã Taschen lançou, em 2008, "Jazz Covers", um livro do coleccionador português Joaquim Paulo, que reproduz ao longo de 496 páginas cerca de 700 capas de vinis de jazz dos anos 1940 a 1990 da sua discoteca pessoal.

O livro, de capa mole e com um formato aproximado de um LP, reproduz as capas dos perto de 700 discos acompanhados de ficha técnica, comentários e entrevistas que contextualizam historicamente cada vinil.


"Jazz Covers" é "um documento da história do jazz e revelador de como a componente gráfica teve uma ligação muito importante com a música", disse Joaquim Paulo à agência Lusa.

Os discos foram escolhidos a partir da colecção pessoal de 25.000 títulos de Joaquim Paulo, profissional ligado à rádio em Portugal há mais de vinte anos e, mais recentemente, fundador da editora "Mad About Records".


Considerando esta obra "um projecto de vida", Joaquim Paulo trabalhou neste livro ao longo de dois anos, seleccionando os discos e compilando testemunhos de personalidades-chave para contar a história do jazz. São os casos de Rudy Van Gelder, o engenheiro de som que gravou álbuns para a Blue Note ou para a Prestige, o produtor de jazz Creed Taylor e o designer Bob Ciano.

Joaquim Paulo propôs o projecto à Taschen, porque queria uma editora "que tivesse um grande cuidado gráfico" e foi o próprio fundador da editora alemã, Benedict Taschen, que viabilizou a edição.


Apesar de o jazz remeter invariavelmente para os Estados Unidos, a escolha de Joaquim Paulo é geograficamente ampla, com a inclusão de discos da Argentina, Brasil, Polónia, Roménia ou Reino Unido.

Da galeria de eleitos fazem parte Miles Davis, Chet Baker, Thelonious Monk, John Coltrane, Ornette Coleman, Count Basie, Art Blakey, Bill Evans, Ella Fitzgerald e Chick Corea, mas também Stan Getz, Claus Ogerman, Teuo Nakamura, Vince Guaraldi, Moacir Santos e Maurice Vander.


Muitos dos discos foram seleccionados também por revelarem uma "cumplicidade entre os designers e os músicos. Há uma sintonia entre o que a capa mostra e a música", sobretudo dos anos 1950 e 1960, comentou Joaquim Paulo.

A escolha, que exclui artistas portugueses, vai apenas até aos anos 1990, por causa do declínio das edições de música em vinil e da rápida ascensão do digital, com o CD.

Joaquim Paulo recebeu o prestigiado Prix du Livre de Jazz 2008, atribuído pela Academia Francesa de Jazz.


Ligação lusa

"Jazz Covers" foi uma ideia que partiu do próprio Joaquim Paulo. "Uma vez li no 'Expresso', isto há três anos [em 2005], que o director financeiro da Taschen na altura era um português, Pedro Lisboa, que hoje é o vice-presidente da editora.

Andei à procura dele em vários escritórios da Taschen - encontrei-o em Colónia. Enviei a proposta já escrita e esquematizada, com um trabalho prévio feito. Ele respondeu de imediato, coisa que me surpreendeu muito."

Fontes/Mais informações: Lusa / Ipsilon / Público / DN / Fragmentos-Lte / Blitz / Taschen


"Funk & Soul Covers"

Depois do excelente Jazz Covers, Joaquim Paulo já tem nova aventura pronta na Taschen – Funk & Soul Covers. O livro foi publicado em duas edições trilingues (português, espanhol e italiano, uma, e inglês, francês e alemão, a outra) e vem acompanhado de um disco de sete polegadas em vinil.

No livro há entrevistas com Larry Mizell, Gabe Roth e David Ritz («tipo porreiro», segundo o próprio Joaquim Paulo) e listas de Danny Krivit, Steinski, Egon, etc.

Das mais de 500 capas de discos que podem ver-se neste livro, todas pertencem à colecção pessoal de Joaquim Paulo, que tem cerca de 25 mil exemplares. "Foi um vício que me foi incutido pelo meu primo, que comprava imensos discos e eu desde miúdo só via aquele espírito de comprador compulsivo.



Cresci com uma referência destas, ele era também um grande fã de funk e jazz, por isso as primeiras coisas que ouvi em casa passaram muito por este tipo de música", contou.

Segundo o autor, o período da revolução musical vivida nas décadas de 60 e 70 do século XX foi acompanhado pelo grafismo das capas dos discos: "Agora ao falar com algumas pessoas ligadas a editoras de funk e soul da altura, e também com produtores, todos me dizem que havia ali uma comunhão de interesses, a indústria discográfica dava uma liberdade que permitia aos designers gráficos e aos fotógrafos fazer coisas que hoje são impensáveis."

Fontes: DN / 33-45 / Taschen

2 comentários:

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A homenagem à artista portuguesa decorreu no Cinema Odeon e incluiu a exibição do último filme em que Mísia participou, "Passione", um documentário do cineasta John Turturro sobre a canção napolitana.


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